Trombose Venosa Profunda (TVP)

Trombose Venosa Profunda TVP

A coagulação é um processo da natureza, quando o sangue deixa sua forma líquida e se torna gelatinoso (chamado de coágulo ou trombo). A coagulação faz parte do equilíbrio do nosso corpo e não é necessariamente algo ruim, muito pelo contrário. A coagulação de vasos sangrantes, mediada pela natureza, evita hemorragias decorrentes de trauma ou de situações comuns como a menstruação e o parto. No entanto, em certas situações, a coagulação pode ocorrer desproporcionalmente, provocando a trombose.

A trombose venosa profunda (TVP) é um destes fenômenos, estando também entre os mais frequentes. Significa que houve formação de coágulo dentro de veias profundas, mais comumente nas pernas. Este coágulo dificulta ou impede o retorno do sangue em direção ao coração, podendo provocar desde quadros leves a situações mais graves. Como pode ser consultado em outro texto sobre “Embolia Pulmonar”, o desprendimento de um fragmento do coágulo pode “viajar” nas veias na forma de um êmbolo e ocluir artérias responsáveis pela circulação que alimenta os pulmões. Essa manifestação da trombose  distância pode ser leve, sem sintomas, ou dramática e até fatal.

POR QUE OCORRE A TROMBOSE VENOSA PROFUNDA ?

Existem causas principais para a formação do trombo:

Estase sanguínea: diminuição da velocidade da circulação do sangue nas veias.

Lesão do vaso: o vaso normal possui paredes internas lisas (endotélio), por onde o sangue passa sem coagular. Lesões nesta parede interna desencadeiam reações, que podem formar o trombo

Hipercoagulabilidade: situações genéticas ou decorrentes de doenças graves tornam o sangue mais suscetível à formação de coágulos.

A coexistência de pelo menos dois fatores mencionados acima é comum e, desse modo, fica mais fácil compreender como a formação de coágulos indesejáveis é frequente.

FATORES DE RISCO

Muito embora a trombose venosa possa acontecer sem explicação em cerca de quase metade dos pacientes, existem fatores que contribuem para o seu aparecimento:

  • Predisposição genética (trombofilias genéticas)
  • Idade acima de 40 anos
  • Gravidez e período após o parto.
  • Câncer, obesidade, tabagismo
  • Uso de anticoncepcionais e reposição hormonal.
  • Infecções, doenças cardíacas e pulmonares graves
  • Alteração de fatores de coagulação 
  • Traumatismos (fraturas, hemorragia interna)
  • Redução da mobilidade (pela imobilização de um membro por fratura, entorse, etc.)
  • Pacientes acamados
  • Cirurgias de longa duração
  • Viagens na posição sentada por mais de 6 horas
  • Varizes e suas complicações
  • História familiar de trombose
  • Síndrome antifosfolípide (trombofilia adquirida)

QUADRO CLÍNICO

Dependendo da localização, extensão do coágulo, A trombose venosa pode passar desapercebida ou provocar muito desconforto. Os principais sinais e sintomas são:

  • Dor.
  • Inchaço (, geralmente em apenas uma das pernas).
  • Alteração da coloração (o membro pode ficar mais arroxeado).
  • Rigidez da musculatura, especialmente da “barriga” da perna (panturrilha).

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico pode ser apenas clínico, fruto do exame do médico, mas, de modo geral, exige a confirmação com um exame de imagem. O ultrassom vascular (Doppler) é o exame não invasivo mais apropriado para confirmar a presença e localização do trombo. Felizmente, hoje em dia, é um exame bastante disponível em clínicas e hospitais e existem muitos médicos especialistas no manejo do aparelho. As vantagens deste método, que não invade o paciente, são eliminar o risco de complicações decorrentes das punções dos vasos e permitir a repetição do exame quantas vezes forem necessárias. 

TRATAMENTO

O objetivo do tratamento da trombose venosa profunda é evitar a progressão ou surgimento de novos trombos. Também auxilia o organismo a reabsorver os trombos com o passar do tempo. Para tanto, são administradas medicações anticoagulantes, que são substâncias que agem de diferentes formas, inibindo os fatores de coagulação. A maior parte dos pacientes se beneficia com o tratamento medicamentoso, que deve ser iniciado tão logo seja feito o diagnóstico e administrado por no mínimo três meses.

Em algumas situações extremas podem ser administrados medicamentos que agem diretamente dissolvendo os coágulos, chamados fibrinolíticos. O uso desses fármacos exige muito critério e experiência dos médicos responsáveis, uma vez que pode  desencadear complicações graves, pelo maior risco de sangramento. 

Raramente há indicação cirúrgica para remoção dos coágulos. Nessas mesmas situações mais dramáticas, existem tratamentos invasivos com dispositivos que aspiram ou fragmentam os trombos, provocando uma melhora mais rápida. Todavia, pelo custo e pelos riscos, essas alternativas são reservadas para situações especiais e de maior gravidade.

COMPLICAÇÕES

Embolia Pulmonar

Quando um trombo que se solta da parede do vaso e passa a ser chamado de êmbolo, ou seja, quando “viaja” na circulação até as artérias pulmonares. Recomendamos a leitura do texto específico.

Síndrome pós-trombótica

Conjunto de manifestações clínicas nas pernas que acontece a médio ou longo prazo, devido aos trombos que não se dissolveram ou que provocaram lesão da parede interna da veia, destruindo as válvulas de contenção. Em fases mais avançadas pode apresentar escurecimento da pele, coceira e formação de úlceras venosas de difícil tratamento. É importante salientar que essas modificações são observadas na região mais baixa das pernas, próxima aos pés. Para esses pacientes uma meia de compressão graduada (meia elástica) pode ser muito útil. Consulte sempre um especialista para prestar maiores esclarecimentos e orientações adequadas.

Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – Departamentos e Comissões
https://sbacvsp.com.br/departamentos-e-comissoes/

A coagulação é um processo da natureza, quando o sangue deixa sua forma líquida e se torna gelatinoso (chamado de coágulo ou trombo). A coagulação faz parte do equilíbrio do nosso corpo e não é necessariamente algo ruim, muito pelo contrário. A coagulação de vasos sangrantes, mediada pela natureza, evita hemorragias decorrentes de trauma ou de situações comuns como a menstruação e o parto. No entanto, em certas situações, a coagulação pode ocorrer desproporcionalmente, provocando a trombose.  

A trombose venosa profunda (TVP) é um destes fenômenos, estando também entre os mais frequentes. Significa que houve formação de coágulo dentro de veias profundas, mais comumente nas pernas. Este coágulo dificulta ou impede o retorno do sangue em direção ao coração, podendo provocar desde quadros leves a situações mais graves. Como pode ser consultado em outro texto sobre “Embolia Pulmonar”, o desprendimento de um fragmento do coágulo pode “viajar” nas veias na forma de um êmbolo e ocluir artérias responsáveis pela circulação que alimenta os pulmões. Essa manifestação da trombose  distância pode ser leve, sem sintomas, ou dramática e até fatal.

POR QUE OCORRE A TROMBOSE VENOSA PROFUNDA ?

Existem causas principais para a formação do trombo:

Estase sanguínea: diminuição da velocidade da circulação do sangue nas veias.

Lesão do vaso: o vaso normal possui paredes internas lisas (endotélio), por onde o sangue passa sem coagular. Lesões nesta parede interna desencadeiam reações, que podem formar o trombo

Hipercoagulabilidade: situações genéticas ou decorrentes de doenças graves tornam o sangue mais suscetível à formação de coágulos.

A coexistência de pelo menos dois fatores mencionados acima é comum e, desse modo, fica mais fácil compreender como a formação de coágulos indesejáveis é frequente.

FATORES DE RISCO

Muito embora a trombose venosa possa acontecer sem explicação em cerca de quase metade dos pacientes, existem fatores que contribuem para o seu aparecimento:

  • Predisposição genética (trombofilias genéticas)
  • Idade acima de 40 anos
  • Gravidez e período após o parto.
  • Câncer, obesidade, tabagismo
  • Uso de anticoncepcionais e reposição hormonal.
  • Infecções, doenças cardíacas e pulmonares graves
  • Alteração de fatores de coagulação 
  • Traumatismos (fraturas, hemorragia interna)
  • Redução da mobilidade (pela imobilização de um membro por fratura, entorse, etc.)
  • Pacientes acamados
  • Cirurgias de longa duração
  • Viagens na posição sentada por mais de 6 horas
  • Varizes e suas complicações
  • História familiar de trombose
  • Síndrome antifosfolípide (trombofilia adquirida)

QUADRO CLÍNICO

Dependendo da localização, extensão do coágulo, A trombose venosa pode passar desapercebida ou provocar muito desconforto. Os principais sinais e sintomas são:

  • Dor.
  • Inchaço (, geralmente em apenas uma das pernas).
  • Alteração da coloração (o membro pode ficar mais arroxeado).
  • Rigidez da musculatura, especialmente da “barriga” da perna (panturrilha).

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico pode ser apenas clínico, fruto do exame do médico, mas, de modo geral, exige a confirmação com um exame de imagem. O ultrassom vascular (Doppler) é o exame não invasivo mais apropriado para confirmar a presença e localização do trombo. Felizmente, hoje em dia, é um exame bastante disponível em clínicas e hospitais e existem muitos médicos especialistas no manejo do aparelho. As vantagens deste método, que não invade o paciente, são eliminar o risco de complicações decorrentes das punções dos vasos e permitir a repetição do exame quantas vezes forem necessárias. 

TRATAMENTO

O objetivo do tratamento da trombose venosa profunda é evitar a progressão ou surgimento de novos trombos. Também auxilia o organismo a reabsorver os trombos com o passar do tempo. Para tanto, são administradas medicações anticoagulantes, que são substâncias que agem de diferentes formas, inibindo os fatores de coagulação. A maior parte dos pacientes se beneficia com o tratamento medicamentoso, que deve ser iniciado tão logo seja feito o diagnóstico e administrado por no mínimo três meses.

Em algumas situações extremas podem ser administrados medicamentos que agem diretamente dissolvendo os coágulos, chamados fibrinolíticos. O uso desses fármacos exige muito critério e experiência dos médicos responsáveis, uma vez que pode  desencadear complicações graves, pelo maior risco de sangramento. 

Raramente há indicação cirúrgica para remoção dos coágulos. Nessas mesmas situações mais dramáticas, existem tratamentos invasivos com dispositivos que aspiram ou fragmentam os trombos, provocando uma melhora mais rápida. Todavia, pelo custo e pelos riscos, essas alternativas são reservadas para situações especiais e de maior gravidade.

COMPLICAÇÕES

Embolia Pulmonar

Quando um trombo que se solta da parede do vaso e passa a ser chamado de êmbolo, ou seja, quando “viaja” na circulação até as artérias pulmonares. Recomendamos a leitura do texto específico.

Síndrome pós-trombótica

Conjunto de manifestações clínicas nas pernas que acontece a médio ou longo prazo, devido aos trombos que não se dissolveram ou que provocaram lesão da parede interna da veia, destruindo as válvulas de contenção. Em fases mais avançadas pode apresentar escurecimento da pele, coceira e formação de úlceras venosas de difícil tratamento. É importante salientar que essas modificações são observadas na região mais baixa das pernas, próxima aos pés. Para esses pacientes uma meia de compressão graduada (meia elástica) pode ser muito útil. Consulte sempre um especialista para prestar maiores esclarecimentos e orientações adequadas.

Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – Departamentos e Comissões
https://sbacvsp.com.br/departamentos-e-comissoes/

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Tromboembolismo Venoso

Consenso e Atualização na Profilaxia e no Tratamento do Tromboembolismo Venoso EDITORES DR. MARCELO CALIL BURIHAN DR. WALTER CAMPOS JÚNIOR

Pé Diabético

Consenso no Tratamento e Prevenção do Pé Diabético EDITORES DR. MARCELO CALIL BURIHAN DR. WALTER CAMPOS JÚNIOR

Ecografia Vascular (IVC)

Consenso sobre Duplex Scan (Ultrassom Doppler Colorido) para Avaliação da Doença Venosa Crônica dos Membros Inferiores REALIZAÇÃO Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP). Colégio Brasileiro de [...]

Atualização IVC

Atualização no Tratamento da Insuficiência Venosa Crônica de Membros Inferiores EDITORES DR. FÁBIO HENRIQUE ROSSI DR. MARCELO CALIL BURIHAN DR. WALTER CAMPOS JÚNIOR

Insuficiência Venosa Crônica (IVC)

Consenso no Tratamento da Insuficiência Venosa Crônica de Membros Inferiores DR. RONALD LUIZ GOMES FLUMIGNAN | CRM-SP 124.783 Professor Adjunto da disciplina de Cirurgia Vascular e Endovascular da Escola Paulista de Medicina [...]