Alertas mais frequentes da síndrome incluem edema nos membros inferiores, vermelhidão e o desenvolvimento de varizes na região. Cirurgia Endovascular oferece recuperação rápida e menos invasiva para pacientes com esses sinais
A Síndrome de May-Thurner, também conhecida como Síndrome de Cockett, é caracterizada por uma variação anatômica específica que facilita o seu desenvolvimento. Nessa condição, uma arteria do abdome comprime uma veia sobre a coluna causando a obstrução da veia da perna esquerda. É importante destacar que entre 20% e 40% dos casos de trombose na veia ilíaca externa estão associados à Síndrome de May-Thurner.
Tanto o sexo feminino como masculino podem ser afetados com essa condição, em diversas faixas etárias, porém é mais comum em mulheres entre 20 e 50 anos. A estrutura anatômica da pelve feminina, aliada à influência dos fatores hormonais, faz aumentar a probabilidade.
A Síndrome de May-Thurner apresenta diferentes níveis de gravidade, que vão desde sintomas leves que incluem edema nos membros inferiores, geralmente mais evidente no lado esquerdo, vermelhidão ou manchas na pele, e o desenvolvimento de varizes nessa região, até complicações mais graves, como trombose venosa profunda (TVP), onde coágulos sanguíneos se formam nas veias profundas das pernas e aumentam o risco de embolia pulmonar, uma circunstância potencialmente fatal, em que um coágulo viaja para os pulmões e bloqueia uma artéria.
De acordo com o cirurgião vascular e vice-diretor de Defesa Profissional da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Michel Nasser, a falta de cuidados ocasiona ainda danos permanentes nas veias, levando à Síndrome Pós-flebítica, identificada pelo aparecimento de úlceras nas pernas após alguns anos do episódio de trombose, o que impacta significativamente a qualidade de vida do paciente.
A prevenção da doença é feita com medidas simples. Exercícios regulares são fundamentais para melhorar a circulação sanguínea e fortalecer os músculos das pernas, reduzindo o risco de estase venosa. Manter um peso saudável também é importante. Evitar ficar sentado ou em pé por longos períodos, pois o movimento regular ajuda a prevenir a estase venosa e, consequentemente, o desenvolvimento de coágulos sanguíneos e complicações vasculares.
As opções de tratamento disponíveis para a Síndrome de May-Thurner incluem o uso de anticoagulantes para prevenir a formação de coágulos sanguíneos, a angioplastia com implante de stent em vaso ilíaco para dilatar o vaso comprimido e manter o fluxo sanguíneo, e cirurgias tradicionais que envolvem a abertura da cavidade abdominal e a colocação de uma derivação ou ponte para criar um novo caminho para o sangue evitar a compressão. “Embora a Síndrome de May-Thurner seja considerada relativamente rara, a identificação da compressão por meio de exames de imagem, como a tomografia computadorizada, pode ser observada em até 30% dos casos, o que demostra a importância da investigação precisa em pacientes com sintomas sugestivos”, declara o cirurgião vascular.
Ainda segundo o Dr. Nasser, a cirurgia Endovascular mudou o tratamento da Síndrome de May-Thurner, por ser uma técnica minimamente invasiva e com recuperação rápida. “Normalmente, a alta do paciente ocorre no dia seguinte do procedimento e é muito mais rápida do que cirurgias convencionais abertas. A maioria dos pacientes tem boa qualidade de vida no pós-operatório”, revela o médico.