Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher é uma oportunidade para abordar temas que afetam o sistema circulatório da população feminina

Conhecimento sobre os sintomas e dicas de prevenção são essenciais para evitar complicações como varizes e outras doenças vasculares

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No dia 28 de maio é celebrado o Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher, ocasião importante para destacar os cuidados com a saúde feminina e seu sistema circulatório, que engloba diversas alterações nas veias e artérias, e desempenha papel fundamental na qualidade de vida no dia a dia.

Das doenças do sistema vascular que afetam as mulheres, as varizes são as mais recorrentes. É uma condição que ocorre com maior frequência no sexo feminino do que no sexo masculino, e é considerada uma das doenças mais antigas, com registros datados desde a antiguidade.

As varizes são veias dilatadas e tortuosas que impactam o bem-estar, não apenas pelos sintomas que causam, mas também por afetar a autoestima. Nos casos avançados, se não tratadas, podem evoluir para úlceras de difícil cicatrização que apresentam uma consequência negativa à saúde. 

É importante ressaltar que a ocorrência de varizes varia de acordo com diversos fatores, incluindo idade, histórico familiar, estilo de vida, obesidade e profissões que exigem longos períodos em pé ou sentado. Conforme a angiologista, cirurgiã vascular e membro da comissão do departamento de informática e dados epidemiológicos da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dra. Anna Karina Paiva Sarpe, as mulheres normalmente apresentam sintomas como dores e sensação de pernas pesadas e cansadas, inchaço, além do aparecimento de telangiectasias, popularmente conhecidas como “vasinhos”.   

“Outras doenças vasculares também podem prejudicar a saúde da mulher. A aterosclerose, por exemplo, é caracterizada pelo acúmulo de placas nas paredes dos vasos sanguíneos, obstruindo o fluxo e contribui  para  o Acidente Vascular Encefálico (AVE) e infarto agudo do miocárdio (IAM). Além disso, essas condições são capazes de afetar os membros inferiores e resultar no estreitamento e obstrução do fluxo arterial nas pernas, conhecido como Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP). A DAOP causa dores intensas durante a caminhada e, se não diagnosticada e tratada corretamente, provoca o surgimento de úlceras, gangrena e aumenta o risco de amputação”, afirma a médica.

Nas mulheres, alguns fatores contribuem para o aparecimento de varizes, como a genética, as alterações hormonais ao longo da vida, o uso de hormônios como anticoncepcionais, menopausa, o sedentarismo, a obesidade e sobrepeso e a idade avançada. 

O conhecimento dos fatores de risco é muito importante para a prevenção e também contribui para evitar outras complicações. A Dra. Anna Karina dá algumas dicas:

  • Pratique exercícios físicos regularmente, como caminhadas, natação ou ciclismo. A atividade física estimula a circulação sanguínea e fortalece os músculos das pernas, ajudando a prevenir o desenvolvimento de varizes.
  • Mantenha um peso saudável, pois o excesso de peso coloca pressão adicional nas veias e pode contribuir para o surgimento de varizes. É fundamental adotar uma dieta equilibrada.
  • Evite ficar sentada ou em pé por longos períodos pode dificultar a circulação sanguínea adequada. Faça pausas regulares para movimentar-se. O ideal é esticar as pernas para evitar a estagnação do sangue nas veias.
  • O uso das meias de compressão ajuda a melhorar o fluxo sanguíneo, reduz o risco de varizes e proporciona alívio para os sintomas existentes. Consulte um médico para saber qual o tipo e a pressão adequados.
  • Ao descansar, procure elevar as pernas acima do nível do coração para facilitar o retorno venoso. Isso pode ser feito utilizando travesseiros ou almofadas para elevar as pernas enquanto você está deitada ou sentada.
  • Tenha uma alimentação saudável com uma dieta rica em fibras, frutas, legumes e grãos integrais. Isso contribui para a saúde vascular, mantém as veias saudáveis e previne problemas como a constipação, que pode aumentar a pressão nas veias.

“Conhecer as doenças, entender seus sintomas, situações de riscos e seguir algumas dicas com as orientações dos especialistas é a principal ferramenta para a prevenção”, alerta a médica.

O presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular da Regional São Paulo, Dr. Fábio Rossi, ainda alerta sobre as varizes pélvicas, que é uma condição vascular que afeta especialmente as mulheres e podem causar desconforto significativo e impacto na qualidade de vida. Essas veias dilatadas e tortuosas podem se desenvolver no sistema venoso da região pélvica, e resultar em sintomas como dor pélvica crônica, sensação de peso, inchaço e disfunção sexual. “Muitas vezes são confundidas com outras doenças mais comuns, como endometriose, mioma uterino, doença inflamatória pélvica, doença inflamatória intestinal, síndrome do colón irritável, fibromialgia, cistite crônica, bexiga irritável e até mesmo casos de depressão e infertilidade. A recomendação é uma avaliação por equipe multidisciplinar, que deve envolver o médico vascular especialista e o ginecologista. Embora as varizes pélvicas sejam menos identificadas do que as varizes nas pernas, elas representam uma preocupação crucial para a saúde vascular. É fundamental que as mulheres estejam atentas aos sinais e sintomas e procurem cuidados médicos adequados para diagnóstico e tratamento, visando melhorar seu bem-estar geral. Ao buscar assistência médica especializada, podem receber orientações precisas e opções de tratamento personalizadas, proporcionando alívio dos sintomas e uma melhoria significativa na qualidade de vida”, orienta Dr. Fabio.