Trombose: inimiga silenciosa que todo paciente deve saber reconhecer
Doença representa um sério risco à saúde e pode desencadear complicações graves como a Embolia Pulmonar
No dia 16 de setembro, o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose, uma ocasião dedicada à conscientização sobre essa condição de saúde séria, muitas vezes silenciosa, que envolve a formação de coágulos sanguíneos. Esses coágulos podem desencadear complicações graves, como embolia pulmonar, que por sua vez pode levar ao óbito. É importante compreender as situações de risco e, igualmente importante, a necessidade de um diagnóstico imediato e preciso para garantir uma resposta eficaz na prevenção e tratamento da trombose.
De acordo com dados levantados pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular Nacional (SBACV), no período de janeiro de 2012 a maio de 2022, mais de 425 mil brasileiros foram hospitalizados para tratamento de trombose. Contudo, é importante ressaltar que muito provavelmente essa estatística é subestimada, e pode representar apenas a ponta do iceberg, e que talvez o número real de casos pode ser significativamente maior.
O principal desafio é a busca de dados epidemiológicos confiáveis, de pacientes internados, sobretudo na rede pública. Existe dificuldade em identificar os pacientes com a doença no banco de dados DATA-SUS. Isso pode resultar na subnotificação de casos de tromboembolismo, especialmente durante o período de internação, quando o risco da doença é maior. Essa lacuna na coleta de dados pode ser responsável pela aparente baixa incidência de casos relatados no Brasil, quando comparados com os Estados Unidos e outros países da Europa, onde considerando-se as diferenças populacionais, as taxas de internações por trombose e embolia pulmonar chega a ser seis vezes maior.
Conforme o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Fabio Rossi, é uma questão de saúde pública e, junto a autoridades da saúde, está empenhado em um projeto para tornar compulsória a notificação de casos internados de tromboembolismo venoso no Brasil. Além disso, a SBACV-SP está promovendo uma série de eventos científicos e sociais com o objetivo de conscientizar a população e os profissionais de saúde sobre os fatores de risco, e os sinais e sintomas, e a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento imediato dessa doença. A iniciativa visa combater a subnotificação e garantir que medidas eficazes sejam tomadas para prevenir a trombose e suas potenciais complicações graves.
Ainda conforme o especialista, é fundamental estar atento aos perigos da doença em várias situações, especialmente quando se apresentam fatores de risco. Além do período pós-operatório, nas internações hospitalares, é importante ficar vigilante nas seguintes circunstâncias:
Longos Períodos de Imobilidade: Ficar sentado ou deitado por longos períodos, como durante viagens de avião ou repouso prolongado devido a uma lesão, pode aumentar o risco de trombose.
Histórico Familiar: Pessoas com histórico familiar de trombose têm maior probabilidade de desenvolver a condição.
Idade e Sexo: A trombose pode afetar pessoas de todas as idades, mas o risco aumenta com o envelhecimento. As mulheres que usam contraceptivos hormonais ou estão grávidas também podem estar mais suscetíveis.
Obesidade e Doenças Crônicas: Doenças como diabetes e hipertensão, assim como a obesidade, podem aumentar o risco de trombose.
Uso de anticoncepcionais e tabagismo: as duas situações, sobretudo quando associadas, aumentam muito o risco de trombose.
Para aqueles que estão prestes a passar por um procedimento cirúrgico, é essencial estarem atentos e tomar medidas preventivas:
Converse com seu Médico: Antes da cirurgia, discuta com seu médico os riscos de trombose associados ao procedimento e quais medidas serão tomadas para prevenir a condição.
Movimente-se Regularmente: Durante o período de recuperação após a cirurgia, faça exercícios de movimentação das pernas, sempre seguindo as orientações médicas.
Use Meias de Compressão: Se recomendado pelo seu médico, o uso de meias de compressão pode ajudar a manter o fluxo sanguíneo adequado nas pernas.
Mantenha-se Hidratado: Beber água suficiente é importante para evitar a viscosidade do sangue, que pode contribuir para a formação de coágulos.
Evite Fumar e Álcool: Fumar e consumir álcool em excesso podem aumentar o risco de trombose, por isso, evite esses hábitos durante o período de recuperação.
“É de extrema importância que tanto a população em geral quanto os órgãos de saúde estejam plenamente conscientes dos perigos associados à trombose, principalmente o seu potencial de desencadear uma Embolia Pulmonar, uma condição gravíssima que, quando não tratada a tempo, pode resultar em óbito. A prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da trombose desempenham um papel crucial na preservação da vida e da saúde de indivíduos em todo o mundo. Portanto, é fundamental promover a educação e a conscientização contínuas sobre os riscos e os sinais de alerta da trombose, incentivando a busca de atendimento médico imediato diante de qualquer suspeita, e investir em esforços conjuntos para combater essa grave ameaça à saúde pública”, reforça o Dr. Fabio Rossi