No Dia Mundial sem Tabaco especialista alerta sobre os riscos vasculares causados pelo tabagismo

Cigarro provoca aterosclerose, estreita as artérias e aumenta o risco de infarto, AVC e amputação

Cobertura CISP

O Dia Mundial sem Tabaco, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e celebrado em 31 de maio, destaca os perigos do tabagismo e visa reduzir seu consumo. Tanto o cigarro convencional quanto o eletrônico acarretam consequências alarmantes para a saúde, com destaque para os graves problemas vasculares.

O cirurgião vascular e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Antonio Eduardo Zerati, alerta que fumar expõe o organismo a quase cinco mil substâncias tóxicas diferentes, como a nicotina, o alcatrão e o monóxido de carbono.

O especialista destaca que a aterosclerose, responsável pelo estreitamento das artérias e consequente diminuição do fluxo sanguíneo para os órgãos, representa a principal causa de complicações graves, como infarto do coração, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e má circulação nas pernas. “À medida que as artérias das pernas começam a se estreitar e a circulação sanguínea diminui, surgem sintomas como dor na panturrilha durante a caminhada, conhecida como claudicação intermitente. Conforme a doença arterial avança, a quantidade insuficiente de sangue pode provocar dor contínua ou até gangrena no pé, elevando consideravelmente o risco de amputação”.

Dr. Zerati explica que os componentes do cigarro aumentam a inflamação das artérias e a formação de placas de gordura, que podem fechar parcial ou totalmente estes vasos. “Como esses elementos circulam por todo o organismo, a aterosclerose frequentemente acomete artérias de diversas partes do corpo, em especial o coração, o cérebro e as pernas, mas também pode prejudicar a circulação de outros órgãos, como os intestinos e os rins, por exemplo.

A nicotina também provoca constrição das artérias e aumento da frequência cardíaca, levando a um aumento da pressão arterial”.

O hábito de fumar também aumenta o risco de embolia pulmonar devido à sua associação com a trombose venosa. Isso ocorre quando um trombo venoso se solta e obstrui uma artéria do pulmão, resultando em um evento potencialmente fatal. Além disso, as doenças pulmonares comuns entre os fumantes, como enfisema e bronquite crônica, intensificam ainda mais a gravidade de uma embolia pulmonar.

Para proteger a saúde e manter uma vida saudável, Dr. Zerati recomenda parar de fumar e realizar um check-up clínico e vascular para identificar possíveis doenças já presentes que necessitam de tratamento. Sob orientação médica, ele também sugere a prática regular de atividades físicas e a adoção de uma alimentação balanceada, pois essas ações têm um impacto significativo. “Essas medidas combinadas podem não apenas ajudar a prevenir complicações vasculares, mas também promover uma melhor qualidade de vida geral”, conclui.