Embolização de Mioma Uterino

O que é? (Definição)

Os miomas são tumores benignos que se desenvolvem geralmente a partir da produção de estrogênio. Estatísticas revelam que até 50% das mulheres têm ou terão miomas em algum período de suas vidas.  Podem se localizar na parte interna do útero, os chamados miomas submucosos, na parede externa do útero, os miomas subserosos, ou no interior da parede do útero,  definindo os miomas intramurais.

Fig 1 – Tipos de mioma

Fig 1 – Tipos de mioma

Causas

A causa exata do desenvolvimento de miomas é desconhecida. No entanto, seu crescimento tem sido vinculado ao hormônio estrogênio. Se a mulher com o mioma continuar menstruando, ele continuará crescendo lentamente. Mas vale lembrar que, como regra geral, miomas uterinos não têm chance de se tornarem malignos.

Sintomas

Os miomas podem causar dores, cólicas, sangramento excessivo, perda espontânea de urina, dor durante as relações sexuais, prisão de ventre, dificuldade de engravidar ou manter uma gestação entre diversos outros sintomas. São responsáveis por diminuir significativamente a qualidade de vida de inúmeras mulheres.

Diagnóstico

Além do diagnóstico clínico acima, pode ser diagnosticado de maneira incidental em exames de imagens abdominais por outras causas.
A ultrassonografia abdominal ou intravaginal pode diagnosticar a presença de miomas e uma possível alteração no formato do útero. Outro exame utilizado para estudar o útero e suas características é a ressonância magnética pélvica.
Em alguns casos, uma biópsia endometrial (biópsia da mucosa uterina) ou por laparoscopia podem ser necessárias para excluir a possibilidade de câncer.

Tratamento

A miomatose uterina pode ser tratada com uso de bloqueio hormonal, por cirurgia aberta convencional, cirurgia laparoscópica ou por técnicas endovasculares mediante à realização de embolização.
Em alguns casos, pode ser indicada a retirada de todo o útero, cirurgia denominada de histerectomia. A escolha do método a ser realizado é definida pelo médico e o paciente.
A embolização uterina é um método inovador de tratamento dos miomas. Uma vez que o mioma é nutrido por sangue proveniente de uma artéria, a oclusão dessa artéria interrompe o suprimento de sangue ao tumor, causando diminuição do tecido miomatoso. Os miomas encontrados na musculatura (uterino miométrio) possuem os melhores resultados.
A técnica é minimamente invasiva, ou seja, é realizada sob anestesia local e sedação. Consiste em um pequeno furo na virilha, de 2mm, por onde são inseridos os cateteres com os quais será realizado o procedimento.
Guiado por um equipamento de radioscopia digital, o cirurgião endovascular leva estes cateteres até a artéria que está nutrindo o tumor e nela são injetadas partículas que provocam sua oclusão, interrompendo o fluxo de sangue para o mioma. Tal processo leva à diminuição do mioma, ou mesmo seu desaparecimento. Não há cicatrizes ou comprometimento estético.

Fig 2 – Representação esquemática de mioma uterino

Fig 2 – Representação esquemática de mioma uterino

Durante o Procedimento de Embolização

Fig 3 – Representação esquemática de superseletivação das artérias que irrigam o mioma e infusão de partículas esféricas ( 0,5 a 0,7 mm) .

Fig 4 – Representação esquemática de aspecto dos miomas com diminuição de tamanho

Fig 4 – Representação esquemática de aspecto dos miomas com diminuição de tamanho

Resultados

O acompanhamento do processo de diminuição do mioma, se faz com ultrassonografia ou ressonância nuclear magnética . 

Vários estudos clínicos comprovaram a eficácia do tratamento por acompanhamento de até 5 anos, sendo  muito similar a retirada do útero, em relação à  melhora de qualidade de vida, diminuição de dor e sangramento.

Em mais de 50% das pacientes que se submetem à embolização uterina, após 2 anos, podem engravidar. Não evidências de risco maior de aborto ou realização de parto prematuro. 

Complicações 

A dor inicial nas primeiras 48 horas, pode ser tratada com uso de analgésicos, antiespasmódicos e anti-inflamatórios. 

Há possibilidade muito pequena de infecção e postula-se que em mulheres com mais de 40 anos haja um maior índice de menopausa precoce.

Fig 5 – Mioma pré embolização – setas – artérias uterinas

Fig 5 – Mioma pré embolização – setas – artérias uterinas

Fig 6 Imagem pós embolização

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Fig 6 Imagem pós embolização