Urgências / Emergências Vasculares

Figura 1
Sala de procedimentos endovasculares com equipamento de raio-X em arco em C digital
O sistema vascular assume papel primordial na distribuição de sangue, oxigênio e nutrientes para todos os órgãos e sistemas de nosso corpo.
Possuímos aproximadamente 5 litros de sangue circulante. Assim, diante de certas condições graves ameaçadoras do fluxo sanguíneo, por sangramento ou interrupção de fluxo (trombose) para um determinado órgão, sejam elas traumáticas ou não traumáticas, a procura imediata por atendimento médico especializado não deverá ser postergada, pelo risco de complicações graves e morte.
O QUE SÃO EMERGÊNCIAS VASCULARES TRAUMÁTICAS?
Na presença de lesões decorrentes de traumas, como acidentes automobilísticos, (colisões/atropelamentos), quedas de altura, fraturas, agressão por tiros ou facadas, o sangramento importante, resultante de lesões dos vasos sanguíneos, pode levar rapidamente à condição de choque, disfunção orgânica grave, perda de órgãos ou morte.
A prestação de socorro e o tratamento deverão ser imediatos nessas situações e a transfusão sanguínea pode ser necessária.
Exemplos:
– Trauma cervical penetrante ou contuso (arma branca ou de fogo, agressões por objetos contusos com hematomas importantes locais)
– Trauma torácico, abdominal e trauma pelvi-perineal (traumas penetrantes por arma de fogo ou branca, colisões de automóveis com traumas fechados/fraturas de clavícula e escápula, tórax, abdome com ou sem fraturas de bacia)
– Trauma de extremidades – membros superiores e membros inferiores: arma branca ou de fogo/quedas/fraturas

Figura 1
Lesão vascular em artéria femoral por projétil de arma de fogo

Figura 2
Arteriografia identificando trombose parcial da artéria femoral com interrupção do fluxo sanguíneo para o membro inferior
O QUE SÃO EMERGÊNCIAS VASCULARES DE CAUSAS NÃO TRAUMÁTICAS?
Indivíduos portadores de fatores de riscos, como idade superior a 60 anos, varizes, câncer, quadro de trombose venosa prévia, hipertensão não controlada, diabetes, tabagismo, uso de álcool, obesidade, sedentarismo, níveis de colesterol e triglicérides elevados, apresentam maior possibilidade de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Na população mais jovem (entre 30 – 50 anos), doenças genéticas com alterações do colágeno (Síndrome de Marfan, Ehlers-Danlos, Turner, entre outras) ou valva aórtica bicúspide) podem estar associadas predispondo o enfraquecimento e ruptura das camadas das artérias promovendo complicações graves. Condições menos frequentes, como gravidez e o uso de drogas ilícitas, particularmente a cocaína, também podem resultar nestes danos.
A evolução do quadro clínico no grupo de pessoas com maior predisposição em desenvolver doenças vasculares pode acarretar, ao longo do tempo, obstruções das artérias, dissecções/aneurismas de aorta ou de outras artérias, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal crônica e trombose venosa. Em diabéticos, a infecção grave de feridas nos pés também estão incluídas nos quadros de emergências pela ocorrência de gangrena e infecção orgânica generalizada.
A presença de sintomas de início imediato, como tonturas, desmaios, adormecimento, formigamento e/ou paralisia de um lado do corpo, voz pesada, podem corresponder a sinais e sintomas de um possível AVC.

Figura 3
Sintomas de dor torácica importante

Figura 4
Sintomas de perda de memória súbita distúrbios de movimentos e fala
Dor torácica, lombar/abdominal intensa (alguns pacientes relatam ter a sensação de algo rasgando dentro de si), distensão abdominal com mudança do hábito intestinal e vômitos devem servir de alerta para a possibilidade de dissecção, ruptura de aneurismas e tromboses de vasos intestinais.

Figura 5
Placa colesterol ulcerada com hemorragia causando interrupção de fluxo de sangue ao cérebro e AVC agudo

Figura 7
Dissecção de vaso sanguíneo

Figura 6
Ruptura das camadas dos vasos promovendo escape de sangue para fora do trajeto habitual
Sintomas de dor intensa nos braços ou pernas com sinais de palidez, cianose (coloração arroxeada), temperatura diminuída, sensação de formigamento com perda de força ao andar ou inchaço importante nos membros devem ser motivos de procura imediata de atendimento médico, pelo risco de obstrução por trombose em veias ou artérias, levando a complicações graves como amputações de membros.

Figura 8
Aneurisma de aorta abdominal
Nos portadores de insuficiência renal crônica que dialisam por meio de fístulas arteriovenosas, a presença de sangramento importante ou a parada do frêmito (sensação de vibração habitual na localização da fístula) devem exigir um atendimento imediato em pronto-socorro para avaliação especializada pelo risco de disfunção metabólica grave se a diálise for postergada.

Figura 9
Trombo agudo promovendo obstrução abrupta do vaso sanguíneo

Trombo agudo promovendo obstrução abrupta do vaso sanguíneo

Figura 10
Figura 10– Ruptura de falso aneurisma em fístula arteriovenosa em membro superior
∙ Exemplos de emergências não traumáticas:
- Oclusões arteriais agudas em extremidades (braços e pernas)
- Isquemias (interrupção do fluxo sanguíneo) em artérias viscerais
- Emergências venosas (tromboses agudas extensas)
- Emergências não traumáticas da aorta (dissecções e ruptura/expansão de aneurismas)
- Acidente vascular cerebral (AVC)
- Urgências relacionadas a fístulas arteriovenosas (sangramentos /ruptura/tromboses)
Tratamento:
Quanto mais precoce for a identificação dos sinais e sintomas e a procura de atendimento médico, maior será a possibilidade de êxito no tratamento, dependendo da condição clínica e comorbidades de cada indivíduo.
Como opções de tratamento temos:
Tratamento Conservador: acompanhamento sem intervenções com o uso somente de anticoagulação em casos não traumáticos ou observação rigorosa nos traumas pequenos
Tratamento Cirúrgico: realização de reparo direto da lesão para restauração do fluxo com suturas simples, pontes ou enxertos com veias ou próteses.
Dependendo da gravidade geral de cada indivíduo, a amputação de um membro pode ser uma opção de tratamento para a preservação da vida.
Tratamento Endovascular: implante de endopróteses ou stents no interior de veias e artérias para a restauração do fluxo no caso de traumas ou obstruções e isolamento da área causadora de degeneração crônica, dilatação ou ruptura nos casos das disseções e aneurismas.

Figura 11
Restauração de fluxo por meio de enxerto com veia em membro inferior de doente com obstrução aguda de artéria de perna

Figura 12
Implante de stent no interior do vaso

Figura 13
Implante de endoprótese em quadro de dissecção de aorta torácico
Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – Departamentos e Comissões
https://sbacvsp.com.br/departamentos-e-comissoes/
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